QUAL A VALIDADE DE UM IMPLANTE DE SILICONE?
QUAL A VALIDADE DE UM IMPLANTE DE SILICONE?
Apesar de não possuírem prazos de validade determinados, sabemos que a maior incidência de complicações associadas aos implantes acontecem após os primeiros 10 anos de uso, embora possam acontecer antes deste período.
E mesmo não havendo mais recomendações de trocas periódicas de 10 em 10 anos aqui no Brasil, tanto no site da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica como no do FDA Americano é possível verificar a informação clara de que os implantes NÃO devem ser considerados vitalícios e que as pacientes devem programar sua remoção ou troca em períodos entre 10 a 15 anos (ASPS) e entre 10 a 20 anos (FDA). Válido mesmo para implantes atuais.
É possível que o silicone seja causa de uma redução na minha qualidade de vida?
Na prática, o que vivenciamos acompanhando as pacientes que realizam o Explante, são relatos que surpreendem!
Até algumas pacientes que sequer percebiam alterações de impacto na sua qualidade de vida antes do Explante e que realizaram a cirurgia por motivos diversos como complicações locais, com frequência retornam nas consultas após a cirurgia dizendo que se sentem melhor em relação a dores antes inexplicáveis, disposição, qualidade da pele, cabelos e unhas, sono etc.
E aquelas que tinham quadros clínicos mais exuberantes com queixas típicas, na maior parte das vezes retornam com muito menos sintomas, sendo que um número considerável relata que suas queixas desapareceram! Ainda é bastante comum ouvir de algumas pacientes, já no momento da alta hospitalar, que sentem que respiram melhor.
Mas o caminho destas mulheres nem sempre é fácil. Quando percebem o início dos sintomas, geralmente estes não vão ser atribuídos imediatamente ao silicone. Elas muitas vezes irão procurar médicos de diversas especialidades em busca de repostas para suas alterações.
E nesse percurso, é comum que elas ouçam de profissionais que suas queixas são “psicológicas” ou causadas por estresse, menopausa, sobrecarga… E quando finalmente elas descobrem informações sobre a possibilidade de associação dos seus sintomas com o silicone, o que geralmente acontece em mídias leigas ou pesquisando na internet e redes sociais, é possível que os profissionais que as acompanham, por vezes, digam a elas que a Doença do Silicone não existe. Algumas relatam até terem sofrido preconceitos e passado por abordagens médicas rudes ou inapropriadas.
E quando chegam a um Cirurgião Plástico que não é experiente na área, com frequência são desencorajadas a fazer o Explante, com a justificativa de que ficarão “deformadas”ou que terão um resultado estético ruim e masculinizado.
É realmente desafiador para estas mulheres continuar perseguindo a causa dos seus sintomas até serem finalmente acolhidas por um profissional experiente e que as encoraje a passar pelo procedimento que tem o potencial de fazê-las se sentirem bem novamente: o Explante!
Na prática, a nossa experiência é de que o Explante não só é capaz de resgatar a qualidade de vida das pacientes, como também as surpreende positivamente em relação ao aspecto estético!
Algumas complicações dos implantes de silicone
1. Contratura Capsular
A contratura capsular é uma complicação benigna relacionada aos implantes mamários, sendo a principal causa de reintervenção cirúrgica em pacientes portadoras de implantes.
Nesta condição, a chamada cápsula (tecido humano que se forma ao redor do implante de silicone como forma de isolar este objeto estranho do restante do corpo e que é a parte do nosso organismo que fica em contato direto com o silicone), começa a sofrer um espessamento reacional.
Com isso, pode haver desconforto local como dores, fisgadas, sensação de enrijecimento, de pressão ou de inchaço, além da possibilidade de uma mudança no formato ou na posição da mama. No entanto, algumas pacientes apresentam a contratura sem perceber as alterações típicas.

2. Ruptura do Implante
Sim, todos os implantes podem romper. Mesmo os mais modernos. Apesar de vermos as vezes propagandas demostrando a durabilidade dos implantes de silicone, sabemos que estes dispositivos, ao serem inseridos em um organismo humano e submetidos a movimentos constantes, temperatura corporal e condições locais, sofrerão desgastes.
E com o tempo, a ruptura poderá ocorrer. Quanto maior o tempo de uso, maiores as chances de ruptura também.

Rupturas ainda podem acontecer seguidas de traumas locais com impacto diretamente na mama. Nestes casos, normalmente as pacientes referem desconfortos e alteração no aspecto ou na consistência da mama. Já quando a ruptura acontece com o tempo, sem ligação com um trauma local, muitas vezes ela não produz nenhum sintoma. São chamadas de rupturas silenciosas.
No Brasil não existem recomendações oficiais de rastreio de implantes para diagnóstico de rupturas silenciosas, mas nos EUA é possível encontrar no site do FDA as recomendações para esta situação.
São recomendadas consultas médicas iniciando-se entre 5 a 6 anos após a inclusão do implante com uma solicitação de exame de imagem que será definido na avaliação, podendo ser uma Ultrassonografia ou Ressonância.
E a partir desta primeira investigação, as consultas devem ser repetidas a cada 2 a 3 anos. Sendo que com 10 anos de uso do silicone, mesmo pacientes assintomáticas precisarão realizar uma Ressonância Magnética de rotina.
Quando um sinal de ruptura é identificado, uma abordagem cirúrgica para remoção do implante rompido e do contra lateral está indicada.
3. Malignidades Associadas aos Implantes de Silicone
Apesar do silicone nunca ter sido comprovadamente associado ao câncer de mama, o tecido que nosso organismo produz para revestir o implante (chamado de cápsula) pode sim ser sede de malignidades.
Atualmente dividimos estas malignidades em 3 grupos:
- O linfoma ALCL, que é o mais comum e se manifesta na maior parte das vezes por uma coleção de líquido ao redor do implante;
- Alguns tipos de linfoma de células B, mais raros e com comportamento um pouco diferente do ALCL;
- O carcinoma de células escamosas. Que é o mais raro e mais temido de todos pela sua agressividade.
No ano de 2024 foi divulgado um consenso que determinou a melhor forma de rastreio destas malignidades, devendo as pacientes portadoras de implantes de silicone realizarem consulta e exames de rastreio com profissional especializado iniciando-se 5 anos após a inclusão do implante.
4. Doença do Silicone (Breast Implant Illness – BII)
Em 2011, um pesquisador israelense chamado Yehuda Shoenfeld descreveu a Síndrome ASIA (Síndrome Auto imune Induzida por Adjuvantes), que seria um grupo de sinais e sintomas provocados pela presença de um corpo estranho (adjuvante) no organismo humano, sendo que este corpo estranho poderia ser qualquer fator externo, incluindo um implante de silicone.
A partir de então, mulheres começaram a relatar sinais e sintomas que se iniciaram após inclusão de um implante de silicone e que, mesmo após investigação médica, não encontravam outra causa que justificasse sua presença.
Mas a Síndrome ASIA e a condição chamada Doença do Silicone não são sinônimos. O termo Doença do Silicone (a partir do inglês Breast Implant Illness), vem sendo utilizado para abranger uma vasta lista de sinais e sintomas que incluem não somente aqueles descritos na Síndrome ASIA, como ainda uma série de outros sintomas que várias mulheres passaram a experimentar após o uso dos implantes.
Os sintomas podem se iniciar logo após a cirurgia para inclusão de um implante ou até anos depois, sendo admitido um tempo médio para o diagnóstico entre 5 a 7 anos, e não existem testes laboratoriais ou de imagem específicos para seu diagnóstico.
E apesar de não se compreender exatamente o mecanismo fisiopatológico envolvido nesta condição, diversos estudos científicos tem sido eficazes em comprovar que um número elevado de pacientes referem melhora dos sintomas após a remoção dos implantes, demonstrando haver uma relação entre o corpo estranho (silicone) e a sintomatologia apresentada.
Confira abaixo os sintomas mais comuns:
- Cansaço inexplicável
- Dores nas articulações e músculos
- Alterações do sono
- Dificuldade de concentração e memória
- Queda de cabelo sem causa aparente
- Ressecamento da boca/olhos/ pele
- Manchas na pele sem explicação
- Zumbido
- Dores de cabeça
- Turvação visual
- Candidíase de repetição
- Ansiedade ou depressão
- Intolerâncias alimentares
- Dormências nas extremidades
- Palpitações
- Sudorese noturna
- Dificuldade respiratória / Dores torácicas
- Dores na região das mamas

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Sobre mim
Referência em Explante de Silicone, a Dra. Luciana Pombo tem ajudado mulheres de todo o Brasil a recuperarem sua saúde e bem-estar. Descubra sua trajetória e o que a tornou uma especialista reconhecida na área!