Tudo sobre explante

ASPECTOS TÉCNICOS DO EXPLANTE

ASPECTOS TÉCNICOS DO EXPLANTE

A cirurgia de explante mamário envolve diversas etapas e técnicas que podem variar de acordo com o caso da paciente. Cada cirurgia deve ser planejada considerando fatores como o tipo de implante, a condição dos tecidos mamários e os objetivos estéticos da paciente.

1. Como se reconstrói a mama após o explante?

Uma das maiores dúvidas é receios das pacientes em relação ao Explante é exatamente sobre o resultado estético que essa cirurgia pode produzir. E dizer que o Explante é um procedimento simples ou que seus resultados são totalmente previsíveis é não atribuir o real valor e a responsabilidade que este procedimento carrega.

Já em relação ao planejamento para a cirugia do Explante, a primeira questão que temos que compreender é que cada paciente apresenta uma situação individual.

Algumas procuram o Explante por complicações já presentes, outras por desejarem evitar uma cirurgia futura em um momento não propício e até algumas por insatisfação com o aspecto estético que se alterou ao longo do tempo.

cirurgia de explante
Acessando a cápsula para uma Capsulectomia completa em peça única.

E além da diversidade de motivos, temos também diferenças entre a qualidade e quantidade da pele e dos tecidos da mama, diferenças entre tipos e volumes de implantes, plano de inclusão deste implante e diferenças anatômicas de cada indivíduo. Logo, é impossível estabelecer uma técnica única que será ideal para todos os casos.

E discutir com a paciente sobre suas expectativas e prioridades é fundamental para um planejamento adequado. Na grande maioria das vezes, iremos associar técnicas já conhecidas, que serão selecionadas de acordo com cada caso, na intenção de obter o melhor resultado possível. Logo, quanto mais técnicas temos em nosso arsenal, melhor poderemos beneficiar nossos pacientes.

Após remoção do implante de silicone e da cápsula adjacente, podemos ter que lidar com deformidades do tecido, assimetrias e até flacidez decorrente da perda do volume.

E para tratar estas questões, o uso de técnicas de mamoplastias (com os chamados pedículos), as mastopexias (que ajustam o excesso de pele) e até a lipoenxertia (transferência de gordura de outra região do corpo para a mama) podem ser úteis.

Cada caso com uma abordagem individualizada de acordo com as suas características e questões ligadas a cirurgia anterior.

Desta forma, o resultado do Explante pode surpreender do ponto de vista estético, com um número elevado de pacientes relatando se sentirem melhor com o aspecto pós Explante do que como estavam antes com o silicone

2. O que é a capsulectomia?

A Capsulectomia é um procedimento que faz parte da cirurgia de Explante. Ela consiste na remoção do tecido que ser forma ao redor de um implante quando ele é colocado no organismo de um indivíduo, chamado de cápsula. Todas as usuárias de implantes de silicone possuem esta cápsula, que é uma reação natural do nosso corpo como forma de isolar aquele objeto estranho. No entanto, a cápsula pode ser sede de complicações, como a contratura capsular e as malignidades associadas aos implantes.

cirurgia de explante
Abertura da cápsula após Capsulectomia total em peça única

Ela vai ser o local de contato constante do nosso organismo com o implante de silicone e por isso pode desenvolver reações inflamatórias e alterações teciduais provocadas pelo processo irritativo que o implante gera.

Na cirurgia do Explante, descolamos essa cápsula dos tecidos adjacentes a ela como o tecido mamário, musculatura do tórax ou até das costelas, nos casos de posição submuscular dos implantes, na intenção de remover esse tecido como um todo.

A chamada Capsulectomia total intacta é o procedimento onde removemos a cápsula íntegra como peça única em conjunto com o implante, que algumas vezes vemos ser chamada equivocadamente de capsulectomia em bloco, mas que teve sua nomenclatura atualizada e definida no consenso para capsulectomia divulgado em junho de 2024.

3. A Mastopexia é sempre necessária quando realizamos o Explante?

A cirugia de Explante é um procedimento que permite a associação de várias técnicas cirúrgicas com a intenção de proporcionar o melhor resultado possível para cada caso individual.

Temos pacientes que podem se beneficiar somente da remoção dos implantes, sem necessidade de ajustar a pele ou realizar a lipoenxertia, temos pacientes que necessitam de algum tipo de Mastopexia, podendo aqui utilizar as várias opções que já existem de cicatrizes e intensidades e temos casos onde a lipoenxertia sem a Mastopexia pode ser útil como resgate de formato e correção de irregularidades.

Cada caso é avaliado levando-se em conta a qualidade e quantidade de pele da região das mamas, o tecido mamário remanescente, o tipo do implante (revestimento, posição e tamanho), presença de áreas doadoras de gordura e, é claro, o desejo de cada paciente no que diz respeito ao tamanho da cirurgia, aceitação de cicatrizes e expectativa de resultado.

Logo, a discussão pré operatória com a cirurgiã ou cirurgião responsável pelo procedimento deve ser bem ampla e expor todas as opções possíveis com seus prós e contras. Somente após discutir todos estes pontos que poderemos definir qual a melhor escolha para um caso específico!

4. Como funciona a lipoenxertia no explante?

A transferência da gordura de uma região do corpo para outra é um procedimento muito utilizado na Cirurgia Plástica atual. E essa técnica vem ganhando espaço também quando falamos em cirurgia das mamas.

No Explante em especial, esse recurso vem ajudando muito a recuperar o formato e tratar áreas de irregularidades que podem decorrer do uso prolongado dos implantes de silicone.

Para executar a lipoenxertia, é importante que a paciente tenha áreas de gordura localizada que possam ser utilizadas, o que não é fácil em todos os casos, pois algumas delas tem pouca gordura corporal.

Começando a lipoenxertia
Começando a lipoenxertia

A gordura retirada por cânulas é preparada e será reintroduzida na região mamária segundo técnicas específicas para conseguir aumentar a eficácia da integração. Isso porque uma parte desta gordura que é transferida será reabsorvida pelo organismo e não conseguirá produzir um resultado duradouro.

Explante - Durante o enxerto lipoenxertia
Durante o enxerto lipoenxertia

No entanto, a parte que se integra na mama, esta sim será permanente podendo apenas aumentar no caso de ganho e peso ou diminuir no caso de emagrecimento, como qualquer gordura.
Por se tratar de tecido do próprio organismo, não há “rejeição” nem resposta imunológica, caracterizando um procedimento seguro e de baixos riscos.

Após 70 ml de lipoenxertia
Após 70 ml de lipoenxertia

A formação de áreas endurecidas palpáveis nas mamas é uma complicação possível em alguns casos, mas são sempre lesões resultantes do processo de integração e que não apresentam riscos de malignidade ou de crescimento.

5. Qual a diferença entre o explante submuscular e o subglandular?

Sempre que realizamos a cirurgia de Explante, estamos removendo um implante de silicone prévio que foi introduzido em um plano anatômico. E este plano pode ter sido acima ou abaixo do músculo peitoral.

No caso de implantes em plano subglandular ou subfascial (acima do músculo), a cirugia deverá descolar o implante e cápsula da musculatura que está abaixo deles e este músculo poderá ser utilizado como um local adequado para receber o enxerto de gordura, com uma boa integração e resultado.

Já nos implantes localizados abaixo do músculo peitoral, chamados de submusculares, a parte posterior da cápsula encontra-se em um plano junto as costelas e musculatura profunda do tórax. Nesta situação, o descolamento da cápsula se faz em um local “mais nobre” que necessita maior cautela do cirurgião.

Aspecto após remoção de um implante de silicone submuscular onde vemos parte das costelas que estavam aderidas a cápsula

O plano submuscular é um plano anatômico de baixo risco em uma primeira cirurgia para inclusão de um implante, porém quando reabordamos a região, sua anatomia pode ter sofrido alterações e a reação inflamatória decorrente da formação da cápsula e do processo irritativo que ela produz ao longo dos anos pode formar aderências firmes e sem plano de descolamento adequado.

Além disso, o músculo peitoral nestes casos não será ideal para comportar a lipoenxertia como no plano subglandular.

Logo, cada explante deve ser planejado e entendido de acordo com a suas características e aspectos individuais. A identificação do plano de inclusão do implante é somente uma delas e não será um preditor único de resultado, apesar de interferir de forma significativa em nossa abordagem técnica.

6. Como é o pós-operatório da cirurgia de explante?

Eu sempre digo as minhas pacientes que o Explante é uma cirurgia “a favor da natureza”. O nosso organismo, em geral, tende a reagir bem a remoção de um implante, pois ele era um corpo estranho indesejável.

Mas apesar desta característica, os cuidados do pós operatório serão sempre imprescindíveis para um bom resultado final. Principalmente em cirurgias com cicatrizes mais extensas, que acontecem quando associamos as Mastopexias.

O repouso adequado e respeito as restrições de movimentação e pesos são fundamentais. Drenagens linfáticas, quando indicadas, deverão ser reservadas as áreas onde retiramos a gordura para os enxertos.

Os drenos, na maioria das vezes serão removidos antes da alta, seguindo as tendências mais modernas na Cirurgia Plástica atual. Em casos de uso de drenos de forma prolongada, os cuidados com estes devem ser respeitados e seguidos.

Em geral, os primeiros 15 dias de recuperação são os de maior desconforto e restrições. E a partir de 30 dias uma rotina normal respeitando apenas limitações de peso intenso e exercícios de impacto ou apoio dos braços pode ser adotada. A exposição ao sol também é uma preocupação.

Programe-se para fazer a sua cirurgia longe de períodos onde haja viagens previstas ou programação com atividades ao ar livre e possível excesso de calor ou radiação solar.

7. Qual o passo a passo para quem deseja realizar o explante?

A cirurgia de Explante Mamário é um procedimento que pode ser adaptado a características de cada paciente como qualidade de pele, quantidade de tecido mamário, anatomia do tórax, características do implante de silicone e plano de inclusão.

Em geral, a consulta inicial já consegue avaliar uma grande parte destas questões, sendo utilizado muitas vezes um exame complementar como forma de confirmar os achados clínicos.

Após essa primeira consulta e análise dos exames é elaborada uma estratégia cirúrgica, onde incluímos normalmente a remoção do implante e da cápsula em conjunto e definimos a forma de reconstrução ideal, que pode compreender um ajuste da pele (mastopexia) ou a correção de irregularidades e resgate de formato, geralmente através da lipoenxertia.

A cirugia pode ter uma duração média entre 1:30h e 4:30h dependendo do caso, lembrando que o tempo cirúrgico pode variar.

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