MAS O SILICONE PODE CAUSAR PROBLEMAS?
Ele não é considerado seguro?
MAS O SILICONE PODE CAUSAR PROBLEMAS?
Ele não é considerado seguro?
Apesar dos implantes de silicone serem aprovados para comercialização não só no Brasil, como no restante do mundo, isso não significa que eles não possam trazer consequências e complicações.
Durante alguns anos, acreditou-se que o silicone seria inerte no organismo humano, ou seja, que ele não causaria danos ou reações quando inserido no corpo humano.
Mas a verdade é que desde o início do seu uso lá em 1962 começaram a haver preocupações sobre a sua segurança e sobre a possibilidade deste dispositivo causar problemas.
Tanto que alguns anos após o início do seu uso, houveram denúncias nos EUA sobre a possibilidade do silicone estar relacionado a doenças e ser causa de reações no corpo humano.
Isso levou os órgãos responsáveis de lá a interromperem sua venda temporariamente e exigirem estudos que comprovassem sua segurança.
Tais estudos foram considerados inconclusivos e, por não terem encontrado o mecanismo pelo qual o silicone poderia causar danos, este dispositivo retornou ao mercado e continua sendo comercializado até hoje.

Novas preocupações e relação com doenças autoimunes
Recentemente, questões relacionadas a segurança dos implantes voltaram a tona e algumas dúvidas continuam a existir. Estudos recentes (vide referências bibliográficas) vem apontando uma ligação entre os implantes de silicone e sintomas sistêmicos diversos (em várias partes do corpo) e até verificando a possibilidade do silicone provocar o aparecimento de doenças auto imunes como Lupus, Artrite Reumatóide, Síndrome de Sjogren, Tireoidite de Hashimoto, Fibromialgia, etc, e ainda levar a uma maior inflamação do corpo.
Migração de partículas de silicone no corpo
Além disso, já foi identificado e comprovado que partículas do silicone podem migrar dos implantes e ganhar a corrente linfática e sanguínea, mesmo sem haver ruptura das membranas destes. Tal comprovação é feita por biópsias onde foi encontrado partículas de silicone em gânglios linfáticos em várias partes do corpo, fígado, pulmões…
Recentemente identificamos em uma paciente minha que realizou o Explante a presença de partículas de silicone em um gânglio na região do pescoço. Seu implante de silicone foi removido e estava íntegro.
O que essas partículas podem causar no organismo?
Ainda é cedo para entendermos tudo que pode acontecer, mas já sabemos que uma ativação imunológica acontece devido a presença deste corpo estranho que é o implante de silicone e que há uma resposta do corpo “contra” ele.
Localmente, vemos respostas na chamada “cápsula”, que é um tecido que o organismo humano cria ao redor do implante de silicone como uma forma de isolamento deste (o nosso corpo entende que o que está dentro deste tecido não faz parte do nosso organismo, como se houvesse uma loja dentro do seu corpo que não pertence a você).
Esta cápsula, com o tempo, tende a ficar mais espessa e, posteriormente, calcificada, levando a sintomas locais como dor e fisgadas. E além da resposta local, uma resposta sistêmica (do organismo como um todo) também ocorre.
E os sintomas hoje chamados de Doença do Silicone são possivelmente ocasionados pela resposta sistêmica a presença do implante.
Complicações comuns dos implantes
Além disso, complicações como rupturas, rotações, deslocamentos e ondulações sempre existiram e não há divergências sobre elas.
No entanto, temos visto estas complicações com cada vez mais frequência, resultado tanto da grande quantidade de pacientes portadoras de implantes como de melhores métodos diagnósticos para identificação destes problemas.
Riscos de câncer associados aos implantes de silicone
E por último, mas não menos importante, não podemos deixar de citar as malignidades associadas aos implantes de silicone, que são cânceres que se formam no tecido da chamada cápsula (aquela que nosso corpo cria ao redor do implante como forma de isolamento). Alguns tipos de cânceres diagnosticados neste tecido já foram identificados e só ocorrem em pacientes portadoras de implantes de silicone, uma vez que a cápsula só existe neste grupo de pessoas.
O câncer mais frequente é o chamado Linfoma Anaplásico de Células Gigantes (ALCL). Sua real incidência ainda não é bem definida, mas segundo o Consenso para o ALCL divulgado em 2024, acredita-se que seja em torno de 1 caso para cada 3.000 portadoras de implantes de silicone, podendo ser maior ou menor, dependendo do tipo de implante e de superfície deste.

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Referência em Explante de Silicone, a Dra. Luciana Pombo tem ajudado mulheres de todo o Brasil a recuperarem sua saúde e bem-estar. Descubra sua trajetória e o que a tornou uma especialista reconhecida na área!